No contexto do atual impulso global em direção à ciência aberta, os periódicos baseados em assinaturas podem contemplar a questão: “Devemos mudar para o acesso aberto?” O termo ‘flipping’ denota a transição de um ou mais títulos com acesso pago para um modelo de publicação de acesso aberto, o que implica uma mudança nos modelos de negócios e na abordagem do uso de licenças. Na maioria das vezes, transformar um periódico significa que todos os artigos publicados no futuro estarão acessíveis através das vias dourada ou diamante de acesso aberto, utilizando licenças Creative Commons (ver Glossário).
Planejando a transformação
A capacidade de um periódico se tornar uma publicação em acesso aberto depende do apoio de todas as partes interessadas na publicação. No processo de transformação as seguintes questões devem ser consideradas:
- Qual é o objetivo da mudança do periódico para acesso aberto?
- Quem detém os direitos do periódico apoia essa transformação?
- Quem são as principais partes interessadas que devem ser consultadas sobre essa transformação?
- Como o atual modelo de negócios pode ser gradualmente reduzido para autores e assinantes?
- Se um modelo de cobrança por processamento de artigos for adotado, qual é o preço apropriado para sustentar as operações do periódico?
- Como a impressão (se existir) pode ser mantida após a transformação?
Se estiver trabalhando com um parceiro de publicação, caso a editora (publisher) não tenha interesse em adotar um modelo de acesso aberto, as opções incluem realizar a mudança de forma independente ou fazer parceria com uma nova organização, como uma editora universitária que tenha como objetivo trabalhar ou lançar títulos de acesso aberto. Se o periódico for gerenciado de forma independente, a tomada de decisões provavelmente será mais fácil.
Observe que iniciar um novo periódico de acesso aberto pode ser a única opção disponível se trabalhar com um parceiro de publicação corporativo, já que estes geralmente exigem que os periódicos transfiram os direitos de propriedade.
Considerações financeiras
Naturalmente, as preocupações financeiras tendem a dominar as discussões sobre a mudança de títulos de assinatura para o acesso aberto. As sociedades acadêmicas e as editoras universitárias que dependem das receitas das assinaturas poderão ter a necessidade de avaliar diferentes opções de financiamento de acesso aberto e potencialmente explorar fontes de rendimento alternativas para uma transição sustentável. Em alguns casos, criar um novo periódico pode ser uma porta de entrada mais viável para o acesso aberto, especialmente se for necessário criar e operacionalizar mecanismos de financiamento mais complexos. Este processo pode parecer intimidador, mas é importante reconhecer que foram desenvolvidas diversas abordagens para tornar a mudança o mais suave possível.
Do ponto de vista da abertura e do acesso tanto para os autores quanto para os leitores, a mudança para um modelo diamante é o ideal. Isto pode ser conseguido nos casos em que um financiamento externo está disponível, por exemplo, através de uma instituição, organização setorial ou financiador. Em outros casos, os periódicos podem considerar a introdução de taxas de processamento de artigos (modelo ouro de acesso aberto), que podem ser pagas por autores individuais, suas instituições ou através de subvenções de alguns financiadores de pesquisa. Isto é menos acessível para autores que submetem trabalhos em determinadas regiões do mundo, a menos que haja isenções disponíveis conforme apropriado.
Outro modelo que está sendo experimentado atualmente é chamado Subscribe to Open: isso permite que os editores convertam periódicos em acesso aberto um volume de cada vez, e o conteúdo publicado é disponibilizado em acesso aberto se os assinantes continuarem a renovar suas assinaturas.
Finalmente, notamos que mecanismos como Periódicos Transformativos e acordos transformativos foram introduzidos para apoiar a transformação de periódicos por assinatura ou híbridos para o acesso aberto. Estes mecanismos são, no entanto, vistos como uma ferramenta temporária e, com o tempo, receberão menos apoio dos financiadores da investigação.
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